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sábado, 4 de maio de 2013

HISTÓRIA DA PALESTINA



A VERDADEIRA HISTÓRIA DA PALESTINA


Maio de 2013





Deir Yassin, como acontecimento e como representação política, permanece como componente decisivo da luta palestina por liberdade, mas a história da qual o massacre faz parte continua a sujeitar-se ao preconceito – ou, mais especificamente, ao racismo – da academia e da mídia.
Ramzy Baroud*
(Tradução: Baby Siqueira Abrão)


No início de abril os palestinos do mundo inteiro relembraram o massacre de Deir Yassin, ocorrido em 9 de abril de 1948. Na consciência palestina, o massacre, que tirou a vida de mais de 100 pessoas inocentes, representou a face cruel do sionismo – a base ideológica sobre a qual o Estado de Israel foi fundado. Ao longo dos anos, as lembranças aterradoras associadas a Deir Yassin transformaram-se em algo mais do que sua representação imediata como ato criminoso deliberado, com objetivos políticos, e sobreviveram como uma cicatriz permanente no centro de uma memória coletiva carregada de muitos massacres como o de Deir Yassin.


Deir Yassin, o genocídio praticado pelos sionistas em 9/4/1948 contra mulheres e crianças

Deir Yassin, como acontecimento e como representação política, permanece como componente decisivo da luta palestina por liberdade, mas a história da qual o massacre faz parte continua a sujeitar-se ao preconceito – ou, mais especificamente, ao racismo – da academia e da mídia.
O massacre de Deir Yassin é amplamente aceito no pensamento israelense e ocidental porque os líderes sionistas da época desejavam destacá-lo como uma tática terrorista bem-sucedida para tirar centenas de milhares de palestinos das terras que lhes pertenciam. Entretanto, outros massacres cometidos pelas forças sionistas durante a Nakba (catástrofe) palestina passam ao largo do conhecimento israelense e ocidental sobre a Palestina e sua história encharcada de sangue, e isso porque esses massacres foram contados, em sua maioria, apenas pelos palestinos.

Crianças assassinadas pelos judeus durante a Nakba (catástrofe)

Trata-se de uma tragédia na qual nem a vítima obtém justiça nem sua vitimização é admitida por aquilo que foi e é. Muitos massacres cometidos contra palestinos estão ocultos porque, a menos que sejam reconhecidos por historiadores israelenses, para as audiências ocidentais é como se eles nunca tivessem acontecido.
Somente quando o jornalista israelense Amir Gilat decidiu publicar um artigo, alguns anos atrás, no jornal israelense Ma’ariv, citando a pesquisa de Theodore Katz, estudante de pós-graduação de Israel, foi que a mídia ocidental reconheceu, ou ao menos concordou em debater, o massacre de Tantura. Pouco lhes importou que descendentes e familiares das 240 vítimas dessa vila destroçada, assassinadas a sangue-frio pelas tropas da Brigada Alexandroni, nunca cessassem de relembrar seus entes queridos.
Ao longo dos 65 anos da conquista sionista da Palestina e do início do “problema dos refugiados palestinos” – que também pode ser lido como “genocídio” por quem ousa enfrentar as sensibilidades israelenses-ocidentais –, a história da Palestina vem sendo filtrada pelos mesmos mecanismos de décadas atrás. No entanto, é hora de o direito à narrativa verossímil, até agora reservado aos historiadores israelenses, ser assumidamente desafiado.
Quem cavar fundo o texto histórico palestino ficará admirado com a história verdadeira de seu povo, suas muitas tragédias e suas volumosas, fascinantes narrativas de uma civilização profundamente arraigada, insuperável em suas singularidade e continuidade históricas. A representação – ou falsificação – da narrativa palestina, porém, existe na academia, na mídia e até mesmo na imaginação popular ocidentais, tecida por um “conhecimento” cuidadosamente fabricado com o qual os narradores israelenses gentilmente decidiram revesti-la. Remova-se o vínculo israelense com a compreensão ocidental sobre tudo o que diz respeito à Palestina e ter-se-á um espaço vazio de textos desconexos que têm muito pouco de um discurso alternativo.
O caso de Deir Yassim foi largamente aceito como massacre porque historiadores israelenses como Benny Morris – um pesquisador razoavelmente honesto que permaneceu comprometido com o sionismo, a despeito da história macabra que ele mesmo descobriu – admitiram sua existência como fato histórico. “Famílias inteiras foram perfuradas por balas [...] homens, mulheres e crianças foram chacinados à medida que saíam de suas casas; indivíduos eram postos de lado e assassinados. A inteligência da Haganah relatou: ‘Havia pilhas de mortos. Alguns dos detidos, levados a locais de encarceramento, incluindo mulheres e crianças, eram cruelmente assassinados por seus captores [...]”.
Foram as milícias sionistas do Irgun, de Menachem Begin, e da Stern Gang, lideradas por Yitzhak Shamir, que receberam o crédito pela infâmia cometida naquele dia – e ambos os líderes foram generosamente recompensados pela atrocidade de seus atos. Anos depois, esses homens passaram da condição de criminosos procurados para a de primeiros-ministros.
O massacre de Tantura tem uma boa chance de deixar de ser mera ficção palestina e tornar-se história verdadeira porque um estudante israelense resolveu desafiar o discurso oficial de seu país, que insiste em retratar Israel como um oásis de democracia e de pureza histórica.
Numerosas vilas palestinas e seus habitantes, submetidos ao genocídio de 1948 (conhecido, nos círculos polidos, como “limpeza étnica”), não conseguiram fazer o corte histórico, como se continuassem a esperar que um historiador israelense validasse a afirmação de que esse genocídio realmente ocorreu.
Numa comunicação recente, o dr. Salman Abu Sitta, um dos principais historiadores palestinos da Nakba, disse: “A ironia é que aquilo que o suspeito Benny Morris e o respeitado Ilan Pappé escreveram é o que os palestinos vêm dizendo há mais de seis décadas. A mídia dominada pelo sionismo é surda e muda. Trata-se do orientalismo em sua pior forma”. Sem dúvida.


Massacre de Tantura

O assunto, entretanto, é tão relevante hoje como era há 65 anos. Os descendentes dos que sobreviveram à Nakba e às subsequentes guerras e massacres são, em sua maioria, refugiados na própria Palestina ou em outros países do Oriente Médio e do mundo. Nem seus ancestrais receberam justiça, nem a geração atual obteve a restituição do que pertencia a seus ascendentes. De Deir Yassim a Tantura, de Ain Al Hilweh a Yarmouk e Jabalya, a escala de sofrimento é a mesma, e permanente.
Mas isso precisa mudar. Sem uma narrativa palestina autêntica, isenta de adulterações, nenhum entendimento verdadeiro da Palestina e de seu povo – até mesmo por aqueles considerados simpáticos à causa palestina – pode ser alcançado. Uma narrativa centrada em relatos que reflitam a história, a realidade e as aspirações da gente comum permitirá uma compreensão genuína da verdadeira dinâmica que move o conflito. Essa narrativa, que faz justiça a toda uma geração de palestinos, é poderosa o bastante para desafiar a parcialidade e a polarização atuais.
Deir Yassin deve ser tão relevante para o presente como essencial para revelar o passado. Não apenas existiram muitos massacres como Deir Yassin, de variadas formas, como Deir Yassim é o microcosmo de um drama muito maior, que continua acontecendo na Palestina. Se o Deir Yassin original, e outros massacres, forem desprezados, considerados anomalias históricas irrelevantes, então o presente permanecerá contaminado e incompreendido.
É tempo de os historiadores palestinos darem um passo adiante e reivindicarem o que é, essencialmente, a sua narrativa, desafiando os preconceitos da mídia e avançando, com coragem, além dos limites permitidos por Israel, desafiando também, portanto, o controle intelectual sobre o discurso palestino.

*Ramzy Baroud, palestino da diáspora, é colunista internacional e editor do site Palestine Chronicle (http://palestinechronicle.com). Seu mais recente livro é My Father Was a Freedom Fighter: Gaza’s Untold History [Meu pai era um revolucionário: a história não contada de Gaza], publicado pela Pluto Press.

Fonte: Brasil de Fato, maio de 2013.

Rússia Encara EUA e Cria Nova Base



Rússia responde aos EUA com base aérea na Bielorrússia

 



27/04/2013
Gazeta Russa

Criação de base soa como retaliação russa aos planos americanos de instalar escudo antimíssil na Europa.



Ilustração: Niyaz Karim

As negociações do ministro da Defesa russo, Serguêi Choigu, com seu homólogo bielorrusso, Iúri Jadobin, e o líder do país, Aleksandr Lukachenko, foram seguidas pelo anúncio da instalação de uma base aérea russa na Bielorrússia.
Após sua viagem ao país vizinho, Choigu adiantou que primeiro será instalado um posto de comando e, na sequência, chegará um grupo de pelo menos três aviões de caça. Até 2015, a base aérea russa na Bielorrússia deve abrigar um regimento de aviação militar.
“No futuro, esperamos solucionar questões relativas ao aumento da capacidade defensiva de nossos colegas e irmãos bielorrussos”, declarou o ministro. A Rússia entregará ainda quatro divisões de sistemas de mísseis antiaéreos S-300 em 2014.
Entretanto, as razões que motivam a criação de uma base aérea na Bielorrússia não se limitam ao fortalecimento do parceiro.  Em primeiro lugar, ambos os países são aliados estratégicos no âmbito da Organização do Tratado de Segurança Coletiva (OTSC).
A Rússia, que já está presente militarmente na Bielorrússia, mantém um radar do sistema de aviso prévio contra mísseis perto da cidade de Baranovichi e uma estação de comunicação de alta frequência com navios em missão de serviço em mares e oceanos perto de Vileik.
Além disso, a resposta para a atual iniciativa russa pode ser encontrada nas ações da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), que instalou uma base aérea perto da cidade de Siauliai, na Lituânia. Lá mantém em estado de alerta quatro caças bombardeiros F-16, capazes de transportar bombas nucleares de queda livre B61 armazenadas em cinco países da Otan (Bélgica, Alemanha, Itália, Holanda e Turquia). Para a Rússia, essas bombas podem se tornar armas estratégicas, uma vez que podem ser lançadas de Siauliai para Minsk ou Moscou em 15 minutos.
Por fim, vale lembrar também dos planos dos EUA de instalar na Polônia elementos de seu escudo antimíssil, encarado pelo governo russo como um meio de neutralização de seu arsenal de dissuasão nuclear. Apesar de Washington ter sugerido modificações para afastar os receios da Rússia, as mudanças concebidas não diminuem a preocupação do lado russo. Assim, a base área na Bielorrússia pode ser uma resposta à aparente ameaça norte-americana.
Diante das especulações, o presidente bielorrusso Aleksandr Lukachenko se adiantou dizer que os exercícios militares russo-bielorrussos “Oeste 2013”,  marcados para setembro deste ano, não atentam contra os poloneses, países bálticos nem a Otan. “Mas se eles empreenderem algumas ações inamistosas contra nós, haverá retaliações”, arrematou Lukachenko. 

domingo, 10 de fevereiro de 2013

Mossad promoverá ataque terrorista na Argentina!



Mossad promoverá ataque terrorista na Argentina!


É a dúvida deixada pela presidenta argentina em resposta ao titular da AMIA


A presidente da Argentina, Cristina Fernández de Kirchner, respondeu neste sábado às declarações do representante da Associação Mutual Israelita Argentina - AMIA, Guillermo Borger, sobre o acordo assinado entre o país sul-americano e o Irã para esclarecer o atentado contra a AMIA em 1994.


Sionistas usam o Estado judeu para se legitimar!

Em mensagem no twitter dirigido ao sionista Guillermo Borger, Cristina exigiu explicações sobre declarações em que ele tinha ameaçado que o acordo assinado entre a Argentina e o Irã poderia levar a outro ataque terrorista, insinuando que "pode ser um passo para o penhasco, porque se isso seria avanço, resultando em um terceiro ataque."
"Eu li com grande preocupação as declarações Guillermo Borger, presidente da AMIA, sobre o acordo com o Irã (...) O que você sabe de uma declaração tão terrível? (...) Se houvesse um ataque pelo acordo com o Irã, quem seria o autor do crime? Claramente, nunca poderiam ser os países signatários. Será que aqueles que se opõem ao acordo? Os países, as pessoas de inteligência (CIA ou Mossad)? Quem?”
A presidenta da Argentina exigiu que o dirigente da AMIA esclareça e diga o que ele sabe sobre o ataque.
"Eu acho que o povo da Argentina em geral e da justiça, em particular, deve e merece saber o que você sabe Guillermo Borger, na condição de titular da AMIA", escreveu a presidenta.
Em 18 de julho de 1994, a Argentina sofreu um ataque terrorista na AMIA em Buenos Aires, matando 85 pessoas e ferindo outras 300. Sob intensa pressão política imposta elos EUA e Israel, o Irã foi acusado de estar envolvido no incidente. Mas o Irã rejeitou todas as alegações contra ele e sempre manifestou a sua vontade de cooperar com a Argentina para esclarecer as dúvidas que existem sobre ele. Alguns deputados argentinos chegaram a denunciar que na verdade houve uma explosão interna, do arsenal de armas e explosivos que a AMIA guardava ilegalmente.
Em 27 de janeiro de 2013, os ministros das Relações Exteriores do Irã e da Argentina, Ali Akbar Salehi e Héctor Timerman, respectivamente, assinaram um acordo para avançar nas investigações sobre a explosão do centro judaico AMIA. O Memorando de Entendimento começará a ser discutido na próxima semana pelo Congresso argentino.
Sob o acordo, "a Comissão é composta por cinco comissários e dois membros nomeados por cada país. Além disso, ambos os países concordaram em nomear um advogado comum internacional, que atuará como presidente da Comissão."
A assinatura do acordo não agradou ao regime sionista de Tel Aviv, porque ele se opôs ao entendimento alcançado entre Teerã e Buenos Aires, e pediu uma explicação ao país sul-americano sobre o documento assinado, mas a Argentina rejeitou fortemente o pedido do regime de Israel e esclareceu de a Argentina é um país soberano e jamais vai se submeter a quem quer que seja.
Publicado em www.marchaverde.com.br